Solidariedade pode manifestar-se das mais diversas formas e o curioso é que o mesmo gesto, a mesma acção pode em determinado momento significar solidariedade, noutro não. Há uma tendência para alguns pensarem que a solidariedade exige desprendimento de dinheiro, de muito tempo, de muito esforço. Pode também exigir isso, mas nem sempre é de dinheiro, de muito do nosso tempo nem tão pouco de esforço que o nosso semelhante precisa. Mesmo que precisasse de tudo isso, a alegria pelo bem que se fez, compensava tudo, por excesso. Para se ser solidário, às vezes basta uma palavra, uma carícia, o chamar pelo nome, o dar o ombro, ou mesmo o silêncio. O que não conjuga nunca com solidariedade é a indiferença. Passarmos ao lado de quem sofre, de quem necessita que lhe estenda a mão. Solidariedade, no fundo, é sabermos viver juntos, é compartilharmos o bem e o mal, as vitórias e as derrotas, as alegrias e tristezas. Ser solidário é ajudar o outro sem esperar pagamento, é dar sem esperar receber.
Felizmente, ainda encontramos muita gente com esse sentimento da solidariedade. Continua a preocupar-me o desemprego, a saúde, a segurança, as crianças e os idosos. Por mais medidas legislativas que se tomem e têm tomado e é bom que continuem a tomar, vamos todos ser solidários e deixarmos de a atribuir tudo o que acontece à sorte ou ao destino…